domingo, maio 07, 2006

 

Golpes por telefone aumentam em Maringá


Segundo dados fornecidos pela Polícia Militar de Maringá, cerca de três novos casos ocorrem todos os dias no município

O número de golpes por telefone cresceu no município de Maringá. De acordo com o chefe da 2ª seção de serviços reservados do 4º Batalhão de Polícia Militar de Maringá, tenente Gilberto Kummer Junior, estima-se que três novos casos ocorrem todos os dias no município. Os golpes mais comuns são os de seqüestro e acidentes automobilísticos; e são praticados, em geral, por presidiários de outros Estados. Em entrevista ao jornal “Gazeta do Povo”, publicada no último dia 13 de abril, o delegado-titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rubens Recalcatti, afirmou que até cinco novos casos de golpes por telefone chegam a ser registrados diariamente, na capital do Estado. Os dados apontam que Maringá está próxima de ser equiparada à capital em número de ocorrências do crime.

Segundo informações fornecidas pela policias Civil e Militar de Maringá, os praticantes desse crime são também chamados de estelionatários, porque se baseiam em histórias falsas para aplicar o golpe. O criminoso liga para um número específico e, assim que alguém atende, o estelionatário conta que um familiar dessa pessoa sofreu um acidente grave ou então foi seqüestrado. Diante dessa situação, a vítima fica chocada com a notícia e acaba revelando dados pessoais do parente supostamente envolvido na falsa história que o criminoso contou. Aproveitando-se do desespero da pessoa, ele pede então que um depósito em dinheiro seja feito em uma conta bancária específica para cobrir os gastos com hospital (no caso de acidente automobilístico) ou então para que o familiar seja libertado (se for seqüestro). A pessoa, geralmente em choque, nem questiona se é verdade ou não o que está ouvindo. Se duvida, o criminoso pressiona, fala o nome completo da pessoa, idade, cor e placa do carro, entre outras informações que ele obteve anteriormente; e então a pessoa se dá por convencida e acata às exigências que foram feitas.

Alguns dos estelionatários exigem códigos de cartões para recarga de celulares em vez de depósitos bancários. Quando isso acontece é porque o criminoso é um presidiário que precisa de créditos para manter contato com pessoas de fora do presídio. Nesse caso, ele liga para um número residencial e se identifica como o seqüestrador de um parente da pessoa que atendeu a ligação. Em seguida, ele exige que a vítima compre cartões para recarga de celulares, e passe os códigos pelo telefone. Caso contrário, o suposto seqüestrado será morto.

O tenente Gilberto Kummer Junior explica que esses golpes começaram no início de 2005 no estado do Mato Grosso. Em seguida, avançaram até o Mato Grosso do Sul, alcançaram São Paulo e Rio de Janeiro e, desde junho do ano passado, chegaram a Maringá. Ele explica que os criminosos escolhem uma vítima que seja influente na região. Isso justifica o fato de vários empresários terem sido alvos do golpe. Para obter informações a respeito das pessoas, os estelionatários utilizam a internet e os jornais do município para saber quem é notícia e quem pode ser uma vítima em potencial. “Hoje você só precisa de internet para aplicar um golpe desses”, afirma.

De acordo com Kummer, prestar ocorrência na polícia é importante para que a vítima seja orientada. Já a identificação dos estelionatários é difícil de se obter, pois a quase totalidade dos criminosos que aplicam esses golpes residem em outros Estados. Desse modo, para rastrear a ligação, checar qual é o proprietário do telefone por meio do qual a ligação foi realizada e ouvir a própria conversa do criminoso com a vítima, é necessário a quebra de sigilo. E, como algumas operadoras só atuam em outros Estados, sem representantes no Paraná, o processo para obter às informações é muito demorado. Ele afirma ainda que, para se acabar com os golpes, “só se instalando bloqueadores de celular nas prisões. Mas, acabando esses golpes, outros vão surgir. Eles [os estelionatários] sempre se renovam”.

O tenente Luiz Carlos Martins da Silva, responsável pelo setor de Relações Públicas no 4º Batalhão de Polícia Militar de Maringá, aconselha que, diante de uma ligação telefônica desse caráter, a pessoa deve manter a tranqüilidade. “A primeira atitude deve ser a de ter calma, dar um jeito de localizar a pessoa [nesse caso, a que foi supostamente vítima de um acidente automobilístico ou seqüestro] e comunicar a polícia.” Ele afirma ainda que esses golpes podem não ser praticados somente por estelionatários de outros Estados, podendo ter representantes locais. “O crime se propaga.”

*Foto retirada do site Wikimedia.

Comments:
minha familia ja passou por este golpe. é chocante e estressante...
não desejo a ninguem.
depois que acontece, vc fica numa paranoia.. se assusta até msm com a sua sombra.
 
eu passei por isso e estou me sentindo muito mal,não cheguei a cair no golpe mas terei que pagar uma ligação a cobrar muito cara que ele fez atravéz do celular,e por ultimo ainda me chamou de mão de vaca,estou me sentindo uma idióta...
 
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