quarta-feira, junho 14, 2006

 

Protesto vazio não pára em pé

E de repente o povo apático, massificado, resolveu ir às ruas para protestar. O clima eufórico da Copa talvez tenha alimentado um sentimento nacionalista e inspirado a “festa” de greves e manifestações que permeiam o país. De qualquer modo, junho parece ser o mês do entretenimento. Além da tradicional festa de São João e a tão – exaustivamente – anunciada Copa do Mundo, os brasileiros ganharam este mês alguns passatempos não convencionais. Tem gente até cobrando ingresso para a “novela” do julgamento da Suzane Richthofen e, é claro, tem gente pagando para ver. Tudo é folia, tudo é alegria, tudo. Inclusive quando se invade o Congresso Nacional.

Tanto vandalismo, para quê? Chamar a atenção? De que servem todas as atenções, todas as câmeras e veículos de comunicação voltados a quem sorri enquanto destrói um patrimônio público e não tem nada a dizer a não ser discursos ideológicos batidos?

Rostos satisfeitos sorriam para a TV, e por um momento – por um breve momento – não é de se duvidar terem se sentido próximos aos políticos que tanto criticavam. Naquele instante em que viraram notícia e deixaram de ser meros anônimos, sem perceber, foram levados pelo mesmo sentimento exibicionista que domina boa parte dos governantes, dos grandes governantes. Como o reflexo para Narciso, a “atitude libertadora” apenas os aprisionou mais e a vontade de superar o que os fundamentou, derrubou por completo o pouco que havia sido conquistado.

A eleição se aproxima. Quantos, porém, buscam conhecer as propostas dos candidatos? Quantos analisam o que pode, de fato, ser feito e mudado? É mais fácil gritar do que pensar. Diversas campanhas têm sido feitas buscando conscientização da população, pedindo atitude perante o cenário político atual. O povo, indignado, parece ter dado ouvidos às propagandas, mas se esqueceu que greve e manifestação vão muito além de “dias de folga”, faixas, megafones, folia e Carnaval. Envolvem consciência de saber pelo que se está lutando, é “pedir voz”, mas ter o que dizer. Já os gritos sem sentido e a euforia generalizada, podem ficar nos bares e estádios, porque palavras da boca para fora valem o mesmo que voto nulo em dia de eleição.

quarta-feira, maio 24, 2006

 

Colecionadores preservam cultura com suas coleções

Reunir e juntar objetos fazem parte da trajetória humana. Os colecionadores reúnem vários objetos como discos de vinil, selos, moedas até gibis, quebra-cabeças, máquinas fotográficas e rádios. O ato de colecionar pode ser considerado um hobby ou saudosismo, mas também tem sua contribuição cultural.

Um objeto representa uma cultura, uma época, segundo o professor de estética do Centro Universitário de Maringá (Cesumar) Marcelo Eduardo Ribaric, “os colecionadores preservam os objetos culturais de várias épocas, ajudam a conservar esses objetos e sua trajetória”.

O ato de colecionar não pode ser considerado um problema psicológico, segundo a psicóloga Aline Mazambi, “não há um problema psicológico no ato de colecionar objetos, mas dependendo o contexto desses colecionadores, eles podem se encaixar em obsessivos e compulsivos pelos objetos colecionados”.

Independente disso, o comerciante João Claudemir preserva seus 250 gibis de faroeste dos anos de 1974 a 1979, ele considera está coleção como um ato de saudosismo, “quando eu era jovem, este era um meio de diversão que existia nas cidades do interior, e era o único ao meu alcance financeiro”, complementa.

O valor sentimental presente em sua coleção, faz com que sempre releia os exemplares e não os venda, pois, a coleção será repassada as próximas gerações da família, porém, depois de 1979 nunca mais adquiriu outros exemplares, “não existe mais esse tipo de publicação, e depois de 1979 nunca mais adquiri outros exemplares, e mesmo colecionando gibis não pagaria caro por novos exemplares para a coleção” afirma João Claudemir.

Os quebra-cabeças sempre foram um hobby para Amanda Medeiros que desde 1990 os monta e guarda em suas respectivas caixas, sua coleção conta com 183 jogos que vão dos nacionais aos importados e do mais variados números de peças, “era uma forma de passa tempo, e que com o passar dos anos se tornou um costume, desde então passei a colecionar os quebra-cabeças”, afirma.

Todo os mês ela adquire um novo exemplar e o monta, depois de pronto ela o divide e o coloca dentro da caixa. Ela não pagaria caro por um novo exemplar para sua coleção, porém, não venderia nenhum dos que tem, passando-os para as próximas gerações, “não há valor para o esforço que faço para montar cada um, e a alegria de ver completo o quebra-cabeça”, complementa Amanda.

 

TERÇA-FREELA



TÉDIO E MONOTONIA EM UMA TARDE SEM GRAÇA
Thiago Soares


Cheguei em casa com uma única coisa na cabeça: Precisava escrever um texto engraçado. A princípio parecia uma coisa simples a se fazer, minhas recordações nostálgicas me lembravam de grandes momentos durante a quinta ou quarta série que fazia hilários textos sobre girafas e suas casas nas árvores. O problema dessa vez é que a narrativa engraçada precisava ser em primeiro lugar um fato real e em segundo lugar precisa ter sido algo que aconteceu comigo.

Pensei por longos três segundos para me decidir qual das milhões de histórias engraçadas que já vivi eu poderia narrar naquele texto que já começava a me tirar a paciência, e logo cheguei a uma conclusão. Nunca algo engraçado ocorreu na minha vida. Fiquei um pouco surpreso com a conclusão que cheguei, e resolvi confirmar pensando por mais um segundo se era verdade. Mais uma vez estava lá, nunca algo engraçado havia ocorrido em minha vida. Foi uma sensação melancólica perceber que minha vida toda foi apenas a mesma monotonia sem graça, me senti um pouco vazio e por mais alguns segundos entrei em depressão profunda. Na verdade até pensei em me matar durante esses segundos mais logo me distraí enquanto observava atentamente o meu gato defecar e acabei me esquecendo da história de suicídio e depressão.

Quando o gato parou de defecar e eu parei de rir, voltei a pensar em algo que poderia ser engraçado para colocar em minha narrativa, como na havia acontecido na minha vida resolvi tentar enganar a professora e roubar a história engraçada de alguém. Um lugar onde pensei poder achar boas e engraçadas histórias foi a televisão. Impressionante como é ruim a programação da tarde na televisão brasileira hoje, nas varias opções de canais que tenho em casa (deve ser uns quatro ou cinco) eu encontrei uma mulher vendendo objetos por preços absurdos, mas logo cheguei a conclusão de aquilo não era engraçado o suficiente, tinha também uma novela bem velha onde os atores hoje já “tiozões” consagrados pela televisão como eternos galãs, na época se submetiam a papeis insignificantes para poder aparecer na novela.

Aquilo até era legal, mas não era nada muito engraçado o suficiente pra fazer uma narrativa. Em outro canal cheguei a encontrar uma história interessante, era uma mulher que estava no quinto casamento chorando por ter sido abandonada mais uma vez pelo seu marido, enquanto contava sua trágica história a apresentadora se comovia e os telespectadores choravam, confesso que quase chorei, mas me segurei e voltei a trocar de canal, no último canal era apenas um monte de vinhetas sem sentido.
Ta, a televisão não deu certo, mesmo porque a única coisa engraçada que se passa na televisão hoje em dia são aqueles clássicos filmes pornôs que passam nas madrugadas do final de semana. Minha última opção era a internet, eu precisava achar algo na internet que me fizesse ter grandes idéias para uma narrativa engraçada, eletrizante. Passei horas na internet procurando algo que me trouxesse idéias mirabolantes para uma boa narrativa e o máximo que achei foi uma velha reportagem dizendo que um anão vestido de palhaço havia matado oito pessoas, mas deduzi que nunca a professora iria acreditar que eu fosse anão, ou que algum amigo meu havia matado oito pessoas.

Só havia uma solução então, e foi o que eu fiz. Abandonei a idéia de escrever e passei o resto da tarde dormindo.


*Thiago Soares é estudante do 1º ano de jornalismo



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quarta-feira, maio 17, 2006

 

O jornalismo passa por transformações

Este ano parece que foi escolhido pelas empresas de comunicação para fazerem mudanças, mas porque este ano? Será por ser o ano de eleição e mudanças no país, ou será pela Copa do Mundo. Não se sabe bem, mas este ano o jornalismo passa por transformações.

O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) deixa um pouco de lado sua imagem de criança da tarde e passa a investir em jornalismo, para isso contrata Ana Paula Padrão e Carlos Nascimento, e a provável abertura de praças de jornalismo nas principais cidades brasileiras. A vontade da emissora de ficar mais séria com o jornalismo é tanta que chega a repetir o mesmo telejornal seguido durante a madrugada, como acontece a noite com o jornal apresentado por Carlos Nascimento. As mudanças também atinge a Rede Record.

No impresso jornais como Jornal do Brasil fazem mudanças no site, a Folha de S. Paulo faz mudanças no projeto gráfico e insere novas ferramentas de leitura, o Jornal de Londrina muda para formato beliner e tem sua distribuição gratuita e dirigida. As mudanças vão além e atingem Maringá, o principal jornal da cidade, O Diário do Norte do Paraná, reformula seu projeto gráfico lançado este mês.

O rádio passa por mudanças também, pelo menos aqui em Maringá, a Rádio Cidade FM passa a ser dirigida pelo grupo responsável pelas rádios Maringá FM e CBN Maringá, a emissora passa a ser transmissora da rádio Globo FM.

No campo das revistas a editora Abril lança a Men’s Health, revista sobre saúde direcionada ao público masculino. Porém, está não é a única mudança, a revista MTV, que é editada pela Abril, passa por uma grande mudança, ela não será mais vendida em bancas, passa a reformular seu conteúdo e exclusivo a assinantes. A revista reflete as mudanças dentro da emissora, também controlada pelo Grupo Abril, a emissora que antes tinha uma programação mais para o entretenimento, saindo do formato da MTV Americana, resolve voltar as suas origens e coloca uma programação mais musical, com notícias do mundo da música e exibição de clips. Alguns programas são importados, outros saem da programação, como é o caso do Missão MTV que era apresentado por Fernanda Tavares. Mas alguns programas de sucesso e seriados continuam, como Hermes e Renato e o Beija Sapo apresentado por Daniella Cicareli, volta o seriado 20 e Poucos Anos.

Parece que este ano foi o escolhido para as mudanças no mundo jornalístico, porém cabe lembrar que estas mudanças devem melhorar a qualidade do jornalismo praticado pelas empresas. Mesmo este sendo um discurso utópico, vale a pena ver se investir em mudanças vai adiantar alguma coisa, já que a qualidade algumas vezes é desprezada.

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