terça-feira, fevereiro 28, 2006
TERÇA-FREELA
Sistema de Cotas
Liliane Danas*
Apenas esse próximo parágrafo seria necessário para o real significado da minha revolta e a de muitos brasileiros que estão na mesma situação que eu.
“Democracia, do Ger. Demokratía, s.f., sistema político fundamentado no princípio de que a autoridade emana do povo (conjunto de cidadãos) e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, e no princípio da distribuição eqüitativa do poder; país em que existe um governo democrático; governo da maioria; sociedade que garante a liberdade de associação e de expressão e na qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.”
Afinal, o sistema de cotas é mesmo democrático? Realmente garante a igualdade de direitos em cursar o ensino superior em uma instituição pública? Na minha opinião, é visível que não. Achar que negros e estudantes de escolas públicas não tem a mesma “chance” de ingressar numa universidade, é de extrema ignorância dos governantes. Deste modo, indiretamente estão sendo preconceituosos. Apesar da discórdia de alguns, todos somos providos de inteligência e capacidade para entendermos o mundo a nossa volta, dependendo de cada um de nós fazer com que isso aconteça. Infelizmente, estudantes de escolas particulares têm mais acesso a melhores e mais completos materiais para o ensino, mas isso não significa superioridade de inteligência e muito menos de capacidade.
Conheço vários alunos de escolas públicas que com muito esforço e dedicação própria, conseguem alcançar seu objetivo, mesmo com a decadência e a falta de recursos do ensino público básico. Ninguém pode ter mais ou menos direito que alguém. É revoltante para quem se esforça a vida toda, chegar a essa etapa tão importante da vida e se deparar com essas injustiças que são chamadas de “Democratização de Ensino Superior”, e pergunto: Aonde essa democracia está? Está em fazer essa suposta “separação” de tipos, raças ou capacidade? Será que o motivo da escassez de alunos negros e de escolas públicas nas universidades não se deve ao fato da pouca procura pela opção do ensino superior? Existe um incentivo por parte das escolas públicas em fazer com que o aluno curse uma universidade? Existe a sincera e real vontade de formar pessoas bem preparadas para um melhor mundo de profissionais para o mercado e para vida? Será que o ensino básico atual não se preocupa apenas em não deixar analfabetos e pessoas sem escolaridade, assim, aprovando alunos que ainda não alcançaram o real objetivo esperado? Instituições internacionais afirmam que a educação básica deve ser uma preocupação exclusiva, mas o governo brasileiro não pensa assim, acham que se investirem no ensino básico, o ensino superior será “deixado de lado”, o que não é necessário.Fazer com que um aluno fique bem preparado e com boa visão de mundo já é um grande passo, conseqüentemente o ensino superior terá um nível bem mais alto e assim superará as expectativas educacionais. Não falando apenas na educação didática, mas também na educação para a vida.
Alunos que ingressam em universidades já encontram dificuldades em acompanhar o alto nível de ensino que lhes é proposto. Imaginem alguém que não tem um preparo educacional, entrando nessa universidade. Conseguirá ele acompanhar o ritmo de obrigações e responsabilidades? Portanto, só ingressa numa faculdade quem realmente tem o nível essencial, seja ele negro, branco, pardo, índio e de escola pública. Cada um faz o seu futuro, não existe a necessidade da intervenção de outros para isso.
Se eu fosse escrever tudo o que penso sobre isso e de tantas coisas que envolvem esse assunto, passaria o dia tentando expressar em palavras a minha opinião, que garanto que não é só minha, mas de muitos ou até da maioria dos brasileiros. Termino meu texto com apenas três palavras: Quem quer, consegue!
Enfim, as cotas combatem a injustiça mas criam outra ao mesmo tempo.
* Liliane Danas é estudante do primeiro ano de jornalismo
Liliane Danas*
Apenas esse próximo parágrafo seria necessário para o real significado da minha revolta e a de muitos brasileiros que estão na mesma situação que eu.
“Democracia, do Ger. Demokratía, s.f., sistema político fundamentado no princípio de que a autoridade emana do povo (conjunto de cidadãos) e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, e no princípio da distribuição eqüitativa do poder; país em que existe um governo democrático; governo da maioria; sociedade que garante a liberdade de associação e de expressão e na qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.”
Afinal, o sistema de cotas é mesmo democrático? Realmente garante a igualdade de direitos em cursar o ensino superior em uma instituição pública? Na minha opinião, é visível que não. Achar que negros e estudantes de escolas públicas não tem a mesma “chance” de ingressar numa universidade, é de extrema ignorância dos governantes. Deste modo, indiretamente estão sendo preconceituosos. Apesar da discórdia de alguns, todos somos providos de inteligência e capacidade para entendermos o mundo a nossa volta, dependendo de cada um de nós fazer com que isso aconteça. Infelizmente, estudantes de escolas particulares têm mais acesso a melhores e mais completos materiais para o ensino, mas isso não significa superioridade de inteligência e muito menos de capacidade.
Conheço vários alunos de escolas públicas que com muito esforço e dedicação própria, conseguem alcançar seu objetivo, mesmo com a decadência e a falta de recursos do ensino público básico. Ninguém pode ter mais ou menos direito que alguém. É revoltante para quem se esforça a vida toda, chegar a essa etapa tão importante da vida e se deparar com essas injustiças que são chamadas de “Democratização de Ensino Superior”, e pergunto: Aonde essa democracia está? Está em fazer essa suposta “separação” de tipos, raças ou capacidade? Será que o motivo da escassez de alunos negros e de escolas públicas nas universidades não se deve ao fato da pouca procura pela opção do ensino superior? Existe um incentivo por parte das escolas públicas em fazer com que o aluno curse uma universidade? Existe a sincera e real vontade de formar pessoas bem preparadas para um melhor mundo de profissionais para o mercado e para vida? Será que o ensino básico atual não se preocupa apenas em não deixar analfabetos e pessoas sem escolaridade, assim, aprovando alunos que ainda não alcançaram o real objetivo esperado? Instituições internacionais afirmam que a educação básica deve ser uma preocupação exclusiva, mas o governo brasileiro não pensa assim, acham que se investirem no ensino básico, o ensino superior será “deixado de lado”, o que não é necessário.Fazer com que um aluno fique bem preparado e com boa visão de mundo já é um grande passo, conseqüentemente o ensino superior terá um nível bem mais alto e assim superará as expectativas educacionais. Não falando apenas na educação didática, mas também na educação para a vida.
Alunos que ingressam em universidades já encontram dificuldades em acompanhar o alto nível de ensino que lhes é proposto. Imaginem alguém que não tem um preparo educacional, entrando nessa universidade. Conseguirá ele acompanhar o ritmo de obrigações e responsabilidades? Portanto, só ingressa numa faculdade quem realmente tem o nível essencial, seja ele negro, branco, pardo, índio e de escola pública. Cada um faz o seu futuro, não existe a necessidade da intervenção de outros para isso.
Se eu fosse escrever tudo o que penso sobre isso e de tantas coisas que envolvem esse assunto, passaria o dia tentando expressar em palavras a minha opinião, que garanto que não é só minha, mas de muitos ou até da maioria dos brasileiros. Termino meu texto com apenas três palavras: Quem quer, consegue!
Enfim, as cotas combatem a injustiça mas criam outra ao mesmo tempo.
* Liliane Danas é estudante do primeiro ano de jornalismo