sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Comodidade social
Qual será a linha que divide o problema social do comodismo social? Não, eu não estou falando do comodismo da classe média, ou de quem vê a situação do lado de fora, falo da comodidade de quem vive inserido nesse cotidiano.
Fala-se muito em ajudar a quem necessita e diversos projetos são voltados para a população pobre. Nada mais justo e louvável. A questão é: será que quem vive na miséria, na rua, quer mesmo mudar de vida? Em São Paulo, quando foi lançado o projeto Cingapura (conjunto de prédios criado para tirar as pessoas da favela), o que mais acontecia eram pessoas que alugavam seu apartamento no Cingapura e voltavam para a favela. Vimos, inclusive, muitos casos de pessoas que moravam em áreas de risco e acabavam até perdendo parentes por não saírem dali, mesmo com moradia garantida em outro lugar.
Em Maringá, não é muito diferente. A diferença é que aqui não existe favela (no sentido estrutural da mesma) e nem Cingapura, mas existem diversos moradoes de rua e andarilhos e muitos projetos e entidades que trabalham visando encaminhar ou melhorar, no possível, a vida de tais pessoas. O problema é que nem todos querem mudar de vida. É muito mais cômodo passar o dia pedindo esmola no sinal e bater de porta em porta do que trabalhar duro todo dia e receber uma pequena quantia no final do mês.
O jornal O DIÁRIO do Norte do Paraná, por exemplo, mostrou ontem, dia 16, a história de um homem que há mais de 70 anos vive nas ruas como pedinte e não quer sair dessa condição. “Para mim está bom aqui [rua]. Peço nas casas e tenho café, almoço e roupa velha”, diz o morador de rua entrevistado pelo jornal. Essa é uma realidade que a mídia não costuma mostrar. Conhecemos apenas o lado apelativo e emotivo, ao fundo de trilhas tristes, com direito a depoimentos emocionados e imagens chocantes. A verdade é que foi criada uma mentalidade social de que os pobres que roubam, que moram na rua são coitados e só fazem isso para sobreviver, porque eles não têm outra escolha. Mas a pergunta que deixo é: será que eles não têm escolha ou não querem a escolha que têm?
Fala-se muito em ajudar a quem necessita e diversos projetos são voltados para a população pobre. Nada mais justo e louvável. A questão é: será que quem vive na miséria, na rua, quer mesmo mudar de vida? Em São Paulo, quando foi lançado o projeto Cingapura (conjunto de prédios criado para tirar as pessoas da favela), o que mais acontecia eram pessoas que alugavam seu apartamento no Cingapura e voltavam para a favela. Vimos, inclusive, muitos casos de pessoas que moravam em áreas de risco e acabavam até perdendo parentes por não saírem dali, mesmo com moradia garantida em outro lugar.
Em Maringá, não é muito diferente. A diferença é que aqui não existe favela (no sentido estrutural da mesma) e nem Cingapura, mas existem diversos moradoes de rua e andarilhos e muitos projetos e entidades que trabalham visando encaminhar ou melhorar, no possível, a vida de tais pessoas. O problema é que nem todos querem mudar de vida. É muito mais cômodo passar o dia pedindo esmola no sinal e bater de porta em porta do que trabalhar duro todo dia e receber uma pequena quantia no final do mês.
O jornal O DIÁRIO do Norte do Paraná, por exemplo, mostrou ontem, dia 16, a história de um homem que há mais de 70 anos vive nas ruas como pedinte e não quer sair dessa condição. “Para mim está bom aqui [rua]. Peço nas casas e tenho café, almoço e roupa velha”, diz o morador de rua entrevistado pelo jornal. Essa é uma realidade que a mídia não costuma mostrar. Conhecemos apenas o lado apelativo e emotivo, ao fundo de trilhas tristes, com direito a depoimentos emocionados e imagens chocantes. A verdade é que foi criada uma mentalidade social de que os pobres que roubam, que moram na rua são coitados e só fazem isso para sobreviver, porque eles não têm outra escolha. Mas a pergunta que deixo é: será que eles não têm escolha ou não querem a escolha que têm?