domingo, fevereiro 05, 2006
Mera tendência?
Cenas de sexo na televisão e no cinema sempre geraram discussões. A apresentação de argumentos, de ambos os lados, já é longa e cansativa, e, embora seja o fato um reflexo da liberalização sexual que ocorre no ocidente, sabe-se que a transmissão de tais cenas exerce efeitos diretos sobre quem as vê – sobretudo em crianças e adolescentes.
A situação, entretanto, atingiu níveis mais críticos. Digo isto porque é crescente o número de diretores de cinema que estão investindo em cenas de sexo explícito e real em seus filmes, que não são catalogados como produções pornográficas. Ou seja, um filme qualquer, do gênero drama, pode conter em seu conteúdo cenas de sexo real, praticado pelos próprios atores do filme. Essas produções ficam a disposição de qualquer um que as queira alugar nas vídeo-locadoras, incluindo crianças e adolescentes.
O filme “Em Carne Viva”, por exemplo, estrelado por Meg Ryan, apresenta uma cena de sexo oral, que foi devidamente praticada pelos atores. A produção italiana “Ken Park”, por sua vez, exibe, diversas vezes, sexo real entre adolescentes, de modo explícito. Pior do que esses dois é o inglês “9 canções – sexo e rock’n’roll”, em que a metade do filme é totalmente composta por cenas de sexo, sem cortes, com direito a closes, inclusive, nos órgãos genitais dos atores.
Nos três filmes tais cenas são esfregadas na cara do espectador, sem qualquer preocupação adjacente. Há quem diga que se trata de uma nova tendência do cinema, mas filmes desse porte devem, obrigatoriamente, responder a exigências maiores, assim como programas de televisão e sites de Internet, que o caracterizem, então, como pornográficos, impedindo assim o acesso facilitado aos menores de 18 anos.