domingo, novembro 27, 2005
Colocando lenha na fogueira
Mesmo aparentando ser inocente e despretensioso, os textos humorísticos são, na verdade, temíveis bruxas maquiavélicas. Todos costumam – em demasia, até – atirar pedras – com razão – na mídia informativa, pelo seu caráter manipulador. Mas, alguém aí já parou para analisar o quão tendencioso é o humor?
Com a intenção de gerar o riso fácil, toda a construção humorística e textual desses artigos revela paráfrases dos discursos preconceituosos da sociedade, de modo a reafirmá-los. Difícil – ou até impossível - é encontrar qualquer texto desse âmbito que tente quebrar o estigma da luta de classes ou amenizar as relações de preconceito e subestimação que vivenciamos no dia-a-dia.
Nas piadas, as loiras são sempre burras, os homossexuais sempre afeminados e promíscuos, os negros sempre tratados de modo inferior, e a população de classe baixa sempre ignorante e alienada. Aí surge o questionamento: De que vale esse humor sádico e tendencioso? Sua principal função é, de fato, fazer as pessoas rirem? Não seria possível remanejar o humor de modo que não reafirmasse e incentivasse os conflitos sociais?
Como é que é? Os humoristas não querem isto? Por quê?
Exemplificação simples e direta: A coluna “Garotas que dizem Ni”, publicada semanalmente na Revista Época, é um prato cheio no quesito “maldade social”, assim como outras colunas e programas da mídia eletrônica que, a princípio, só visam às gargalhadas dos leitores / espectadores. O que se faz é a utilização de esteriótipos convencionados - e nem por isso verdadeiros em sua totalidade – para reafirmar estigmas sociais. Eis um exemplo, retirado da coluna das minas que dizem Ni, publicado no dia 12 de setembro desse ano:
Agora, pergunto a todos vocês: Se os humoristas estão figurando como bruxos, quem é o herói de toda essa ladainha – se é que existe?
Com a intenção de gerar o riso fácil, toda a construção humorística e textual desses artigos revela paráfrases dos discursos preconceituosos da sociedade, de modo a reafirmá-los. Difícil – ou até impossível - é encontrar qualquer texto desse âmbito que tente quebrar o estigma da luta de classes ou amenizar as relações de preconceito e subestimação que vivenciamos no dia-a-dia.
Nas piadas, as loiras são sempre burras, os homossexuais sempre afeminados e promíscuos, os negros sempre tratados de modo inferior, e a população de classe baixa sempre ignorante e alienada. Aí surge o questionamento: De que vale esse humor sádico e tendencioso? Sua principal função é, de fato, fazer as pessoas rirem? Não seria possível remanejar o humor de modo que não reafirmasse e incentivasse os conflitos sociais?
Como é que é? Os humoristas não querem isto? Por quê?
Exemplificação simples e direta: A coluna “Garotas que dizem Ni”, publicada semanalmente na Revista Época, é um prato cheio no quesito “maldade social”, assim como outras colunas e programas da mídia eletrônica que, a princípio, só visam às gargalhadas dos leitores / espectadores. O que se faz é a utilização de esteriótipos convencionados - e nem por isso verdadeiros em sua totalidade – para reafirmar estigmas sociais. Eis um exemplo, retirado da coluna das minas que dizem Ni, publicado no dia 12 de setembro desse ano:
"Troféu Chatos São Os Outros
Para os vizinhos de Glória Pires, que protestaram contra a realização de uma exposição na casa da atriz. Pena que a vizinhança é chique. Se fosse no subúrbio, os comentários seriam: ‘Mas a Maria de Fátima não bastava maltratar a mãe, agora me vem bagunçar nosso bairro?’ ou ‘A Raquel não presta mesmo, né? Se fosse a Ruthinha...’".
Agora, pergunto a todos vocês: Se os humoristas estão figurando como bruxos, quem é o herói de toda essa ladainha – se é que existe?
Comments:
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Mesmo aparentando ser inocente e despretensioso, os textos humorísticos são, """"na verdade""""", temíveis bruxas
ASS. Vicente Lugoboni.. DIRETO DE CURITIVA
ASS. Vicente Lugoboni.. DIRETO DE CURITIVA
Hahahahahahahahahahahahaha, até eu peguei o jargão Vicental! Hahahahahahahahaha! Eu mereço! Hahahahaha!
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