domingo, junho 26, 2005

 

A Igreja peca

Mesmo sendo o celibato uma regra clara aplicada aos sacerdotes da Igreja Católica, poucos são os que aderem a ela, segundo a socióloga e pesquisadora Regina Soares Jurkewicz, 50, em entrevista à Revista Época, na última semana. O celibato saiu de moda, e os seminaristas já têm plena consciência de que não irão cumprir tais regras.

Se o sacerdote se casa com uma mulher, numa atitude mais politicamente correta, o Código de Direito Canônico prega a demissão imediata do clérigo. Agora, se o sacerdote estupra uma mulher ou criança, a demissão do cargo eclesiástico é a última coisa que acontece. Engraçado, não? Se um homem comum estupra alguém, ele tem de se submeter às leis civis e pagar pelo seu delito. Mas, se o homem em questão for um eclesiástico, ele não precisa se submeter à legislação civil, e a Igreja ainda defende o agressor, o que é absolutamente inaceitável. Observe quais são os dez mandamentos utilizados pela Igreja Católica para proteger os padres abusadores, baseado na entrevista de Regina Soares Jurkewicz à Revista Época:

1. Averigua-se o fato discretamente (a última coisa que a igreja quer é um escândalo);
2. Sendo a violência sexual reconhecida pelo sacerdote, o agressor é chamado e advertido. Conversa-se com a(s) vítima(s) alegando que o agressor está arrependido e que não repetirá o erro, além de pedir que a vítima retire qualquer queixa que tenha sido feita, para não prejudicar a instituição;
3. Se as coisas não se resolvem até o segundo mandamento, a igreja toma uma atitude mais radical: parte para o suborno às vítimas, e se isto não resolver, o sacerdote é transferido para outra paróquia (onde talvez faça novas vítimas);
4. Se, por acaso, o fato se tornar público, a igreja adota um expediente canônico, para se defender de possíveis acusações de cumplicidade (o que é uma mentira, porque até então ela estava compactuando com o sacerdote agressor, tentando protegê-lo de todas as formas, ou seja, é pura enrolação);
5. Mas, tendo o fato se tornado público, ao invés de seguir o quarto mandamento, a igreja pode, simplesmente, negar publicamente que o crime tenha acontecido (e justo ela que vive por pregar a verdade, nada mais que a verdade, em nome de Deus);
6. Quando a situação começa a ficar mais complicada, a igreja opta por defender o agressor publicamente, ressaltando tudo de bom que ele tenha feito em prol da comunidade (mais uma vez, enrolando a população);
7. Depois de defender o agressor, a igreja desmoraliza a(s) vítima(s) publicamente, fazendo que a pessoa que foi sexualmente abusada passe de vítima à culpada perante a comunidade (inaceitável);
8. Continuando sua defesa, a igreja então resolve pronunciar que todo o fato foi arquitetado por inimigos da instituição (muito parecido com os discursos de alguns políticos...);
9. Não se dando por satisfeita, a igreja volta a subornar a vítima, dessa vez oferecendo dinheiro para que a pessoa retire a queixa;
10. Por fim, quando nada disso der certo, a igreja tentará fazer com que a comunidade esqueça tudo o quanto antes.

Dá pra acreditar?

Comments:
É realmente um absurdo o que está acontecendo no mundo, principalmente, hoje em dia. Até as pessoas em quem mais confiamos (como padres, policiais, familiares,...) estão nos "passando para trás", tentando nos fazer algum mal... Por isso, devemos ficar sempre atentos para não confiar demais em alguém e se deixar enganar!
Parabéns pela matéria! Apesar de ser um assunto polêmico, por envolver religião, você soube informar e se expressar sem problemas!
Beijos Thi!
 
O celibato é um problema antigo, talvez desde q foi criado... Mas o fato é que a igreja católica, não está a fim de dividir seus bens com mulheres e filhos de padres. O celibato é de ordem econômica e não religiosa.
 
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