O médico Décio Basso (48) foi transferido ontem da 9ª Subdivisão da Polícia Civil para Penitenciária Estadual de Maringá, ele foi condenado em 2001 a uma pena de 14 anos em regime fechado por planejar o seqüestro da filha de outro médico.

Desde sua primeira noite preso, no dia 6 de fevereiro de 2001, o médico fazia atendimentos como cirurgias e ensinou um preso para ser seu enfermeiro, no total foram 3 mil atendimentos e aconteciam em um consultório improvisado em uma cela reformada e todos os atendimentos eram registrados em um prontuário.

Quando um médico é cassado, ele é impedido de exercer a profissão, caso isso ocorra o crime é caracterizado como exercício ilegal da profissão com pena de seis meses a dois anos de prisão. Isso explica o fato do médico ter sido transferido.

Basso é especialista em geriatria e formou-se me 1983 em Florianópolis e tem em seu currículo atualizações em Harvard, e os planos para logo que sair da cadeia é voltar a exercer a profissão além de escrever um livro com sua experiência na cadeia.

Agora nasce um novo “Drausio Varella” na versão detento, não há problema em ele exercer sua profissão dentro da cadeia, desde que forma ética, e lembrando que o mesmo não foi preso por prática irregular da profissão e sim por planejar um seqüestro e isso não põe em questão seu profissionalismo. Assim como um preso trabalha na penitenciária para reduzir sua pena, o médico pode fazer o mesmo, oferecendo seus serviços aos detentos e diminuindo sua pena, além de evitar problemas com transferência de detentos aos hospitais.

Depois de “Estação Carandiru”, livro do médico Drauzio Varella sobre as histórias que presenciou na época que era médico da prisão, pode vir o “Estação Cadeião” do médico Décio Basso seguindo e mesma linha do livro já citado.

* Imagem retirada do site Uol Personalidades