terça-feira, agosto 16, 2005
O que diria minha vó?
Fiquei pensando o que diria minha avó se ela lesse que se pode traficar, roubar e realizar diversos crimes através da Internet. A revista Época da semana passada publicou uma matéria sobre isso, falando da quadrilha que foi presa por traficar drogas pelo Orkut. Se a evolução das coisas é, muitas vezes, assustadora para mim, imagina para as pessoas que ainda hoje desacreditam que o homem pisou na lua?
Lembro até de quando ganhei meu primeiro cd, foi um da Angélica e eu devia ter uns 9 anos e lembro-me perfeitamente também de gravar as músicas da rádio em fitas K7 e de quando meu pai colocou Internet discada no computador. Nossa foi incrível. Era um mundo que se abria para mim e para milhares de pessoas que iam aos poucos percebendo uma nova realidade, com linguagem e “códigos” próprios.
No entanto, a evolução das coisas não parou e foi uma descoberta atrás de outra. O ser humano se viu cada vez mais preso dentro de casa por medo da violência que assombrava o lado de fora dos portões e passou a viver dentro das grades (que protegem e aprisionam), temendo os bandidos soltos pelas ruas. A Internet, por sua vez, serviu para incentivar a presença cada vez mais freqüente das pessoas em casa e em frente ao computador. Hoje, pode-se pagar contas e fazer compras através de um mouse e pode-se também roubar, atrair pessoas para ataques pedófilos, por exemplo, vender drogas e disseminar pensamentos racistas e fascistas.
Então, de repente o mundo encantado do computador passou a ser perigoso, o mesmo cuidado que se tem com a bolsa ao sair de casa, tem-se agora com os sites que se entra; o conselho da mãe de não conversar com estranhos se aplica nesse novo mundo virtual sem regras, sem limites, incontrolável. Parece que o homem consegue distorcer e destruir tudo de bom que ele mesmo constrói.
Agora, já não podemos nem sair de casa e viver nossa realidade dura e cruel e nem nos refugiar no mundo virtual que conseguiu se equiparar à realidade que tanto buscávamos esquecer. E agora, aonde iremos buscar socorro, tranqüilidade, aonde poderemos viver, simplesmente viver?
*Foto de Thiago Ramari
Lembro até de quando ganhei meu primeiro cd, foi um da Angélica e eu devia ter uns 9 anos e lembro-me perfeitamente também de gravar as músicas da rádio em fitas K7 e de quando meu pai colocou Internet discada no computador. Nossa foi incrível. Era um mundo que se abria para mim e para milhares de pessoas que iam aos poucos percebendo uma nova realidade, com linguagem e “códigos” próprios.
No entanto, a evolução das coisas não parou e foi uma descoberta atrás de outra. O ser humano se viu cada vez mais preso dentro de casa por medo da violência que assombrava o lado de fora dos portões e passou a viver dentro das grades (que protegem e aprisionam), temendo os bandidos soltos pelas ruas. A Internet, por sua vez, serviu para incentivar a presença cada vez mais freqüente das pessoas em casa e em frente ao computador. Hoje, pode-se pagar contas e fazer compras através de um mouse e pode-se também roubar, atrair pessoas para ataques pedófilos, por exemplo, vender drogas e disseminar pensamentos racistas e fascistas.
Então, de repente o mundo encantado do computador passou a ser perigoso, o mesmo cuidado que se tem com a bolsa ao sair de casa, tem-se agora com os sites que se entra; o conselho da mãe de não conversar com estranhos se aplica nesse novo mundo virtual sem regras, sem limites, incontrolável. Parece que o homem consegue distorcer e destruir tudo de bom que ele mesmo constrói.
Agora, já não podemos nem sair de casa e viver nossa realidade dura e cruel e nem nos refugiar no mundo virtual que conseguiu se equiparar à realidade que tanto buscávamos esquecer. E agora, aonde iremos buscar socorro, tranqüilidade, aonde poderemos viver, simplesmente viver?
*Foto de Thiago Ramari
Comments:
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É realmente assustador ver o mundo virtual, até hoje por visto como "infinito", ser contaminado pelo pelos males da realidade (considerando a rede como um expressão da realidade), e perceber q aquela liberdade q pensávamos ter nesse "novo" mundo começarem a ser limitadas... com policiais que agora vasculham blogs, orkut e afins... procurando esses criminosos virtuais.. e quem sabe uma futura constituição onde figurariam esses novos crimes...
Sem fazer apologia a uma anarquia na rede, e nem defendendo o cerceamento da liberdade de expressão... mas temos agora que enxergar a internet como um campo que também tem seus limites, resultantes exatamente desse nosso desejo pelo ilimitado.
Sem fazer apologia a uma anarquia na rede, e nem defendendo o cerceamento da liberdade de expressão... mas temos agora que enxergar a internet como um campo que também tem seus limites, resultantes exatamente desse nosso desejo pelo ilimitado.
Caríssima Sah, tb me atormenta essa questão do nível técnológico a que chegamos. Tanto isso é verdade que coloquei dois textos lá no Nadando sobre isso, um de uma grande amiga e outro inspirado por ela...
Se eu soubesse todas as "maravilhas" do orkut e companhi estaria louquito agora.
Abraço!
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Se eu soubesse todas as "maravilhas" do orkut e companhi estaria louquito agora.
Abraço!
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