domingo, agosto 14, 2005

 

Muito mais do que uma simples pesquisa de opinião


No dia 23 outubro – como tem sido previsto - haverá o referendo popular em torno da questão de se proibir a venda e o porte de armas de fogo no Brasil. A população votará “SIM” ou “NÃO”, e será a partir do resultado desta votação que a lei de proibição ou legalização para a venda e porte de armas para civis será executada no país.

Este tipo de pesquisa – o referendo popular – nesta área é um caso inédito em todo o mundo, e está sendo capitaneado pelo Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (TSE). No entanto, não será a primeira vez que um país tenta elaborar uma campanha legislativa pelo desarmamento massivo. Outros países - como a antiga União Soviética, China, Turquia e Alemanha - já tentaram tal façanha, mas a lei não vingou. Aliás, criando-se aqui um paralelo histórico, grandes desastres humanitários aconteceram nestes países, mesmo após a proibição de vendas e portes de armas de fogo para cidadãos civis – um exemplo é o período nazista na Alemanha.

Antes de cada cidadão contribuir efetivamente para este referendo, faz-se necessário uma reflexão sobre o assunto. O Brasil já é um país que concentra a corrupção em diversos módulos e, talvez, a proibição da venda e porte das armas de fogo não chegue aonde deveria chegar, e esta é uma preocupação particular. Será que os bandidos deixarão de ter armas se o referendo decidir pela lei de proibição? Será que o contrabando de armas não irá ganhar maior respaldo? Em um país como o Brasil, onde até integrantes da Polícia colaboram com a corrupção, uma lei como essa irá obter sucesso suficiente para se tornar um exemplo para os outros países?

Sinceramente, eu acredito que não. Os bandidos provavelmente continuarão a obter armas ilegalmente e o fluxo de violência não irá diminuir. O único ponto positivo que vejo na lei de proibição é que, talvez, acidentes dentro de famílias deixem de acontecer com tanta freqüência. Acredito que a incidência de crianças que acham armas do pai dentro de casa irá diminuir e, conseqüentemente, menos desastres deste tipo irão acontecer.

Neste momento, a solução para a questão da venda e porte de armas de fogo no Brasil deveria ser outra, sob minha visão. Deveria-se investir e fiscalizar mais aqueles que estão comprando armas. Deveria-se ter a certeza de que quem as obtém tem plena aptidão de manuseio deste equipamento e que também se encontra dentro de padrões psicológicos pré-estabelecidos como ideais para portadores legais de armas e munições.

*Foto retirada do site Lyceum

Comments:
Tenho o mesmo pensamento que vc, todavia tenho de levar em consideração que há um número divulgado pela Comissão Municipal de Direitos Humanos, principal articuladora do desarmamento, que provaria os benefícios trazidos por uma nova lei. É um caso de se ouvir especialistas...
abs
 
Primeiro, Thiago, obrigada pelo recado no orkut (só não sei qual a comunidade que temos em comum, mas blz!). Uma coisa que acho que devemos perceber tb nesse processo, aí fugindo um pouco da questão das armas, é a a participação direta da população. No entanto, ainda é pequena essa atitude. Decisões polêmicas deveriam sempre passar pelo crivo popularseja pelo plebiscito, seja pelo referendo. Quem sabe não é um primeiro passo para o Brasil se perveber enquanto agente político importante? Deu para entender o que eu quero dizer?
 
Mais uma vez o governo se omiti de suas responsabilidades. Dessa vez é pior. Isso porque joga a responsabilidade da criminalidade nas costas dos cidadãos. Caso não aprove, e a venda de armas continue, quem será culpado pela criminalidade? Nos que decidimos pela continuação da venda de armas e munição? E se escolhermos sim, e a criminalidade não acabar? O que iremos votar daí?
Só mais uma pergunta, será que os criminosos, que pelo que eu saiba, nunca fizeram curso para tirar porte de arma, vão as urnas votar?
 
Também sou a favor de um controle mais rígido sobre o porte e o registro de armas... Mas como não tem a opção 'Talvez' para o referendo, o jeito é votar em Sim e torcer para as autoridades (!) fazerem a sua parte.
 
Sou a favor do desarmamento. Lógico que não haverá adesão por parte dos criminosos, mas quanto menos armas de fogo existirem em nossa sociedade, melhor.
 
Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?